UM NOME NO SILÊNCIO
MIGUEL RUSSOWSKY
Uma agenda... o silêncio... o cafezinho...
Tenho tempo de sobra. Escrevo... paro...
Vou desenhar um nome... (o dela, é claro!)
Em que lugar será que fez o ninho?
Casou-se mal, eu sei, hoje adivinho
os males que lhe trouxe o fado avaro...
humilde... conformada... sem amparo...
Há tantas incertezas no caminho!...
O meu primeiro amor passando fome...(?!)
me custa imaginá-la envelhecida...
Melhor não pensar nisso. Apago o nome.
Amei-a. Eu era moço... os anos correm
e vão virando as páginas da vida.
Também as ilusões e os sonhos morrem.
(Da QUARTA ANTOLOGIA POÉTICA DE A FIGUEIRA, PÁGINA 44)
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