Artigo de Ardaga Widor (Chapada Diamantina)

Caras irmãs e caros irmãos espalhados pela Mãe Gaia:

Há muitos anos, não lembro qual, fiz uma viagem para a região onde
Lamarca pretendia iniciar uma luta popular contra a ditadura
militar-civil no país. Fui atrás de testemunhas da execução dele.
Chefiada pelo torturador Nº 01 do regime, o sadista e psicopata
Fleury. Nesta viagem conheci o Filemon. Que estava de visita na sua
terra natal de Ipupiara (interior baiano).
Desde então nunca mais nos encontramos. Fisicamente. Mas mantemos
contato. E trocamos ideias. Pro mutuo crescimento (espero).
Recebi dele, também, seu último livro titulado “Fagulhas”.

Gostaria oferecer-lhes uns tira-gostos desse livro:


Conta-se que Diógenes de Sínope, o cínico, filósofo grego, costumava
perambular pelas ruas de sua cidade à luz do dia, com uma lanterna
acesa procurando encontrar homens verdadeiros, éticos, virtuosos e de
palavra. Não se sabe se Diógenes os encontrou.
(...)
Se vivo fosse e visitasse hoje nossa Câmara de Deputados, com certeza
teria que usar lanternas bem mais potentes para encontrar, naquela
casa, o que ele tanto procurava: homens honestos e éticos.



O Presidente [Lula], não obstante sua conhecida habilidade, já provou
ser avesso a problemas e em seus discursos inflamados acaba proferindo
inúmeras bravatas para enganar os desinformados e cabeças menos
esclarecidas. E no Brasil, diga-se a verdade, eles formam uma legião,
como convém aos poderosos.



Cheguei ao Centro Clínico de Fisioterapia. (...) Enquanto o
infravermelho era direcionado para meu pé (...) comecei a me
interessar pelas histórias contadas pelos pacientes. (...) Uma
senhora, a Dona Berta, (...) sentia fortes dores na perna esquerda.
Terminada a seção de exercícios, lá vinha o médico fazer uma
avaliação, “e aí Dona Berta, como esta? Melhorou a dor?” – Um
pouquinho só, doutor, disse Dona Berta e o médico, então, retrucou: -
“É a idade, Dona Berta.” A Dona Berta ficou pensativa e em seguida,
disse: “não sei não, doutor, minha perna direita tem a mesma idade,
mas não está doendo”...



Não há como discutir. Com mais de 58,3 milhões de votos, Luiz Inácio
Lula da Silva foi reconduzido ao cargo de Presidente da República,
para um segundo mandato. E até repetitivo mencionar aqui os inúmeros
escândalos que pipocaram no governo petista, contudo os eleitores,
satisfeitos, não tomaram conhecimento de nada. Imitaram o presidente,
que nunca soube de nada.



Alias, o Filemon cita, também, uma frase que fará no ano que vem
(2014) seu centenário (haverá festa nacional de homenagem a tal
análise acertada e – como parece imutável – da essência do país? Será
ensinada aos alunos nos matadouros de fantasia e raciocínio
eufemisticamente chamados de escolas?):

“De tanto ver triunfar as nulidades , de tanto ver prosperar a
desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se
os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude,
a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.”
Da autoria de Rui Barbosa.
(Figura essa amplamente desconhecida e ocultada neste país,
contrariamente a grandes Brasileiros como Neymar, Felipão, Dani
Winits, Chitãozinho e Xororó...)


Um Mundo – Um Amor – Muitas Culturas





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