ESTE NOVO NATAL
Evandro Moreira
É dezembro outra vez... O
tempo, repentino,
acumulou-se sobre a minha
mocidade;
lavou a minha face inquieta de
menino
com restos de esperança e
sombras de saudade.
Descubro que não tenho, à
frente, mais destino
nem sequer a ambição de achar
felicidade;
e me consolo ao ver, no filho
pequenino,
germinar, como herança, a
antiga ingenuidade.
É dezembro outra vez... é
Natal! E as crianças
cantando ao meu redor
confessam esperanças
de uma noite encantada e
presentes gentis.
Sinto-me rei, e Mago em
constante oferenda,
voz de sinos, canção antiga em
tom de lenda,
e volto a ser menino... E
torno a ser feliz.
(I CONCURSO NORTE-FLUMINENSE
DE SONETOS, PÁGINA 9)
Comentários