NATAL (LUIZ EDMUNDO)

NATAL
LUIZ EDMUNDO

Cala-se o mundo, há um lugar de místicos palores,
O vento lembra uma harpa a tocar de surdina.
Brilha pela extensão do céu da Palestina
Num prenúncio feliz, a estrela dos pastores.

A vida acorda e vem do cálice das flores
À alma do homem que sente um fulgor que o fascina.
A ovelha bala, o boi muge, o pastor se inclina,
Há um bálsamo por tudo a amenizar as dores.

Jesus nasceu: a fé que os corações ampara,
Desce às almas, buscando os íntimos refolhos
Como os raios de sol numa lagoa clara.

Maria, porque vê Jesus pequeno e langue,
Põe um riso feliz na doçura dos olhos,
Que hão de chorar, depois, as lágrimas de sangue.

(Coletânea O NATAL DE CRISTO, PÁGINA 49)


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