CHUVA
Théo de Castro Drummond
(04/02/1927 – 20/03/2015)
“Olho em minha
janela a chuva fina:
é como a lágrima
do lampião
que parece chorar
na minha esquina,
em sua
interminável solidão.
Eu já me
acostumei a esta rotina
de tanto tempo te
aguardar, em vão.
Sempre a esperar
que surjas, repentina,
abrindo,
alegremente, o meu portão.
Mas na verdade a
vida nos ensina
que é inútil
sustentar uma ilusão,
um belo dia ela
se esvai, termina.
E olhando a chuva
que ainda cai no chão,
percebo esta
verdade cristalina:
chove, mas dentro
do meu coração”.
(FAGULHAS, DE
FILEMON F. MARTINS, PÁGINAS 142/146)
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