POR QUE TANTAS MENTIRAS?
Filemon F. Martins
Nestes últimos
tempos, o domínio da mentira tem prevalecido sobre a verdade. A mentira,
repetida e colorida com vivas cores, tem manipulado grande parte da sociedade
que, aos poucos, vai assimilando a banalização da violência, da falta de
caráter, da imoralidade, da corrupção, do crime e da desonestidade, aceitando,
de forma passiva o que acontece, como se tudo fosse normal.
Afonso Romano de
Sant’Anna, em seu poema A IMPLOSÃO DA MENTIRA, diz tudo: “Mentiram-me.
Mentiram-me ontem e hoje mentem novamente. Mentem de corpo e alma
completamente. E mentem de maneira tão pungente que acho que mentem
sinceramente. Mentem, sobretudo impunemente. Não mentem tristes, alegremente
mentem. Mentem tão nacionalmente que acho que mentindo história a fora vão
enganar a morte eternamente. Mentem, mentem e calam, mas nas frases falam e
desfilam de tal modo nuas que mesmo o cego pode ver a verdade em trapos pelas
ruas. Sei que a verdade é difícil e para alguns é cara e escura, mas não se
chega à verdade pela mentira nem à democracia pela ditadura. (...) Mentem
partidariamente, mentem incrivelmente, mentem tropicalmente, mentem
hereditariamente, mentem, mentem e de tanto mentir tão bravamente constroem um
país de mentiras diariamente”.
(Fragmentos do livro
FAGULHAS, página 114, de Filemon F. Martins)
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