SER MÃE (MARIA THEREZA CAVALHEIRO)

SER MÃE
MARIA THEREZA CAVALHEIRO

“Ser mãe é padecer num paraíso...” - esta frase vem sendo repetida através dos tempos, mas muitos não lembram mais o nome do seu autor. Pois é um verso de famoso soneto do fecundo escritor Coelho Netto, intitulado “Ser Mãe”, que consta de numerosas antologias, tais como “A Mais Belas Poesias de Exaltação ás Mães”, organizada por Aparício Fernandes, e “Para Você, Mamãe”, por Juvenal Fernandes, também escritores de méritos.
Falar de “Mãe” é uma inspiração natural, pois a ela devemos nossa chegada a este mundo. Ela é sempre o nosso porto seguro, o redil que abriga as suas ovelhas, o anjo da guarda que não esmorece junto ao filho querido.
Ter mãe, ainda mais depois de certa idade, é uma bênção, uma dádiva dos céus. Muitos a valorizam somente quando ela parte para o mundo das estrelas. Se o pai é a razão, a mãe é o coração. É a ela que recorremos nos momentos mais íntimos, de alegria ou de aflição. É o ombro acolhedor que não falha. O regato de águas límpidas que nos refresca os pés ao longo das caminhadas. A sombra benfazeja nos dias ardentes de preocupações. Uma luz no fim do túnel. É quem ouve nosso silêncio e o interpreta. É a paz, em meio à guerra. É o espelho de nossa felicidade.
Por tudo isso, Mãe é o tema melhor deste mês, a quem foi consagrado, por lei, um “Dia” especial, também incluído no calendário oficial da Igreja Católica.
 A ideia de se dedicar um dia do ano a todas as mães do mundo foi da professora Anna M. Jarvis, nascida a 1º.5.1864, em Webester, West Virginia, e residente em Filadélfia, nos Estados Unidos. E o fez por amor a sua mãe, Anna Reever Jarvis, que faleceu em 9.5.1905. Pelo seu denodado empenho, a filha conseguiu que a primeira celebração pública ocorresse em 10 de maio de 1908, como consta de uma placa comemorativa na Igreja Episcopal de Grafton, West Virginia. A data, afinal, foi oficializada em 1910, como o segundo domingo de maio, pelo Governador do Estado de West Virginia, William E. Glasscock, e, quatro anos depois, incluído no calendário federal dos Estados Unidos, por decreto do Presidente Woodrow Wilson.
Em luta pelo seu ideal, Anna M. Jarvis conseguiu que, com o tempo, mais de quarenta países adotassem essa comemoração. No Brasil, a data foi introduzida por um casal de americanos, Eula Kennedy Long e Frank Long. Este era secretário da Associação Cristã de Moços - ACM, em Porto Alegre, cidade em que o “Dia” foi comemorado pela primeira vez no País, extraoficialmente, em 12 de maio de 1918.
Pelos bons ofícios de Alice de Toledo Tibiriçá, presidente da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, o Presidente Getúlio Vargas assinou o Decreto 21.366, em 5 de maio de 1932, que instituiu oficialmente o “Dia das Mães”, a ser comemorado também no segundo domingo de maio.
No entanto, para cultuar aquela que nos trouxe à vida, e esse era o intuito da criadora do “Dia das Mães”, é desnecessário um presente de valor, concepção implantada pelo comércio. Basta algo simbólico: uma flor, um cartão com dizeres emotivos, um poema. Ou um simples abraço afetuoso, uma palavra de ternura, de reconhecimento. O presente que toda Mãe deseja é sentir o afeto do filho amado, principalmente no seu “Dia”.





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