PEDRA BRUTA (AMILTON MACIEL MONTEIRO)

PEDRA BRUTA
Amilton Maciel Monteiro - São José dos Campos/SP - 

Pedra bruta que sou me dá trabalho
tirar de mim as lascas a cinzel...
Quantas vezes já errei bastante o malho,
deixando uma das mãos feito um pastel!

Quantas vezes também que eu me atrapalho
e mando tudo para o beleléu...
Depois, se recomeço, já em frangalho,
só Deus sabe o quanto isto é tão cruel!

Foram, assim, dez lustros de labuta,
mas continuo apenas pedra bruta...
e mil pedaços já arranquei de mim!

Tomara que me venha alguém bem destro
e à lapidação coloque um fim,
para eu poder só labutar com o estro!


(ALMANAQUE CHUVA DE VERSOS Nº 412, JOSÉ FELDMAN)

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