TROVAS (FERNANDO CÂNCIO DE ARAÚJO)

TROVAS
FERNANDO CÂNCIO DE ARAÚJO – FORTALEZA-CE (1922/2013)


Adeus... e foste saindo,
dizendo que voltarias...
E a saudade entrou sorrindo,
da mentira que dizias...  

A ilusão da meninice
com meus netos se refez:
– agora, em plena velhice,
eu sou criança outra vez!…

A mão triste, vacilante,
de porta em porta estendida,
é o troféu mais humilhante
que o pobre ganha na vida.

Ao ver-te assim neste encanto,
mãos postas em oração,
fiquei invejando o santo
que olhavas com devoção.

A vida de faz-de-conta
que levo desde menino,
é brinquedo de desmonta
nas peças do meu destino...


(FONTE ALMANAQUE CHUVA DE VERSOS Nº 428, JOSÉ FELDMAN)

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