NOITE E VERSOS
Filemon F. Martins
Vai alta a noite. A
madrugada é fria,
a insônia chega, fica
e me namora.
Levanto-me à procura
da poesia,
mas ela, impaciente,
vai embora.
Percorro o céu do
amor, da fantasia,
fico em vigília e vejo
a luz da aurora:
- que paz a humanidade
alcançaria,
se o amor reinasse
pelo mundo afora.
Ouço, distante, o
farfalhar do vento,
e por que minha voz
não tem alento,
- se o dia vai nascer
como criança?
Surge, então, o cantar
da passarada
e outros versos virão,
na madrugada,
talvez mais coloridos
de esperança!
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