ATO DE CARIDADE
DJALMA ANDRADE - (Congonhas/MG)
Que eu faça o bem e de
tal modo o faça,
Que ninguém saiba o
quanto me custou.
- Mãe, espero em ti
mais esta graça:
- Que eu seja bom sem
parecer que o sou.
Que o pouco que me dês
me satisfaça,
E se, do pouco mesmo,
algum sobrou,
Que eu leve esta
migalha onde a desgraça
Inesperadamente
penetrou.
Que a minha mesa, a
mais, tenha um talher,
Que será, minha mãe,
Senhora nossa,
Para o pobre faminto
que vier.
Que eu transponha
tropeços e embaraços:
Que eu não coma,
sozinho, o pão que possa
Ser partido, por mim,
em dois pedaços.
(ALMANAQUE CHUVA DE
VERSOS Nº 450, JOSÉ FELDMAN)
Comentários