TROVAS DE LILINHA FERNANDES - RIO DE JANEIRO

TROVAS DE Lilinha Fernandes 
Rio de Janeiro (1891 – 1981)

Abelha que o favo, prova
é o trovador - velho ou novo
fabricando o mel da trova
que adoça a boca do povo.

A cordilheira hoje à tarde,
de um verde claro e bonito,
era um colar de esmeraldas
no pescoço do infinito.

A definição exata
do remorso, está patente:
fino punhal que não mata
mas tira a vida da gente.

Amanhece... Vibra a terra!
O sol que em ouro reluz,
sai da garganta da serra
como uma trova de luz.

A trova é a alma da gente
desventurada ou feliz.
Em quatro versos somente,
quanta coisa a gente diz!

(ENCANTO DAS TROVAS, TOMO VI, VOL. 3, RIO DE JANEIRO, JOSÉ FELDMAN)


Comentários