UM PROBLEMA INUSITADO

UM PROBLEMA INUSITADO

O assinante ligou e disse: não recebi meu jornal hoje.
No dia seguinte a mesma coisa e acrescentou: não recebi meu café da manhã. É que naquela época o cidadão não saía de casa sem antes ler o jornal. Era o seu café da manhã. A reclamação, como sempre, era encaminhada para o setor de entrega que providenciava outro exemplar do jornal e também averiguava o que tinha ocorrido.
Mas aquele assinante estava sempre reclamando que não havia recebido o jornal. O entregador jurava que o jornal havia sido entregue. Assim fomos arengando com o assinante por muito tempo, mas o cliente, como em todo negócio, sempre tem razão.

Quando chegou a época das chuvas, esse mesmo assinante percebeu que sua casa vazava água por todos os lados. Ficou tudo encharcado. Contratou, então, um pedreiro para consertar o que havia de errado. Depois de subir no telhado, o homem chama o dono da casa e diz: sua calha está entupida de jornais, alguns já viraram sopa e escorreu entupindo outras calhas. Só então o dono da casa entendeu porque ele deixou de receber tantos exemplares da Folha de S. Paulo. E o entregador, ao ser inquirido, confessou que na pressa, passava de moto e arremessava o jornal por cima do muro, e com tanta força que o jornal caía no telhado casa. Foi assim que a casa do assinante virou uma peneira.

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