QUEM VAI PAGAR A CONTA?
A sociedade brasileira assistiu estarrecida a um espetáculo deprimente
propiciado pela Câmara dos Deputados, ao rejeitar o prosseguimento de
investigação contra o presidente Michel Temer, pelo Supremo Tribunal Federal.
Talvez, não desse em nada a denúncia de corrupção passiva que recaiu sobre o
presidente, depois que o empresário Joesley Batista fez aquela gravação na
calada da noite. Temer continua presidente, mas tudo indica que ficará refém de
partidos e de políticos que usam o mandato para angariar cargos e muito
dinheiro, como ocorreu agora nesta quarta-feira, dia 02 de agosto de 2017,
quando o balcão de negócios, na Câmara funcionou a todo vapor.
Fala-se que o custo para o arquivamento do processo pode ter
chegado a 15 bilhões de reais. É quase certo que a Procuradoria Geral da
República fará outras denúncias e mais dinheiro será gasto para salvar o
presidente, em nome da ética, do crescimento da economia e da estabilidade
governamental. Muito estranho para um país que não tem dinheiro para
investimentos na saúde, educação, segurança pública e quer fazer na marra
reformas que vão agravar e retirar direitos dos trabalhadores já massacrados
pela política econômica do governo. Quem pagará essa conta? Já sabemos que
todos nós brasileiros.
Como pode uma reforma ser boa para o Brasil e para os
trabalhadores, se ela foi forjada por integrantes de uma quadrilha que assaltou
o Planalto e insiste a todo custo em permanecer lá? Este ambiente nos remete ao
primeiro mandato do ex-presidente Lula, que, ao iniciar a reforma escolheu 12
conselheiros para estudar e fazer sugestões sobre a reforma previdenciária, só
que entre estes 12 estavam os maiores devedores do INSS. É brincadeira. Deu no
que deu, com mensalão e tudo. Até hoje, graças ao mensalão, aposentados e
pensionistas do serviço público federal pagam 11% dos seus salários, um ato
infame e cruel para todos nós.
Enquanto isso, fortunas são desviadas dos cofres públicos e
todos eles, segundo seus advogados, são absolutamente inocentes. Façam-me o
favor. Somos trouxas.
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